Matéria publicada no sobralinfoco e sobralpress, dando conta das denúncias em que trabalhadores do programa Minha Casa Minha Vida estavam em condições análogas a escravidão, gerou nota enviada pela assessoria jurídica da empresa que é alvo das investigações.
Operários ameaçavam quebrar tudo e a polícia foi chamada.
A subcontratada da empreiteira Direcional refuta a matéria que segundo eles, é leviana a afirmação de "trabalho escravo" e más condições das instalações e alojamentos dos trabalhadores do programa Minha Casa, Minha Vida em Sobral. Entretanto, o blog reitera as informações publicadas.
Na matéria publicada no último dia 28 de abril, a empresa foi acusada também de está devendo quase 40 mil reais das marmitas fornecidos pela empresa E10 Alimentos, especializada em fornecer refeições coletivas. A auxiliar de serviços gerais, Suely Alves Muniz, confirmou as más condições que os operários viviam antes da fiscalização do MPT visitar os alojamentos, inclusive que em vários momentos, os trabalhadores ficaram sem almoço e janta e sem dinheiro para se alimentarem pois estavam com seus salários atrasados. A direção da E10 Alimentos em Sobral confirma que realmente deixou de fornecer a alimentação dos operários do MCMV, depois de várias tentativas de negociar o pagamento da dívida que chega perto dos 40 mil reais. Mal alojados, sem dinheiro e sem comida, os trabalhadores ameaçaram "quebrar tudo", e foi necessário a interferência da Direcional que prometeu pagar a dívida feita com a E10, garantindo a alimentação por mais alguns dias.
Nossa equipe esteve na sede do Ministério Público do Trabalho e pesquisando no site da Procuradoria Regional do Trabalho, descobriu que a notícia de fato está registrada com o número 000187.2014.07.001/1. A denúncia relata que os direitos dos trabalhadores foram desrespeitados, relata ainda as condições inadequadas de moradia encontrada nos alojamentos, sem água potável, sem ventilador, sem zelador etc, operários com salários atrasados e ainda eram coagidos a não buscarem seus direitos, sob ameaça de serem presos. Além dos trabalhadores de Sobral, o documento cita outros três que foram abandonados em Fortaleza.
São vários procedimentos de Inquérito Civil registrados no MPT contra a construtora paulista Bom Jesus e a Direcional Engenharia. Todos por condições de trabalho e irregularidades diversas. No caso de Sobral, a Bom Jesus alega um distrato amigável com a empresa Direcional Engenharia, o que ocasionou um desequilíbrio econômico-financeiro, gerando atraso de pagamentos.
Em audiência realizada na sede do Ministério Público do Trabalho de Sobral, nessa última terça-feira 05, a empreiteira Direcional se comprometeu a homologar e pagar as rescisões pendentes a partir de hoje (quarta-feira 06). O caso dos seguranças particulares contratados para evitar furtos dentro do canteiro de obras e da fornecedora de alimentos ainda vai render, pois os mesmos ainda não chegaram no MPT.
Confira a nota da empresa:
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